Os estudos que orientaram o projeto do novo prédio do Campus Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo conduzidos pelos arquitetos e professores do curso técnico de Edificações – Carlos Niemeyer, Nicole Castro e Romeu Caruso – tiveram um duplo aspecto: atender a questões funcionais relacionadas a dinâmica do curso de Edificações com suas salas e laboratórios especializados com plena acessibilidade bem como atender a preceitos de uma arquitetura bioclimática.
Tal conceito arquitetônico visa harmonizar a obra ao clima e as características locais da forma menos impactante possível. Questões caras ao nosso tempo foram consideradas de forma sensível e responsável no projeto. Refiro-me a economia de energia e da água consumida através da adoção de painéis solares e reserva-tórios de acumulação de águas pluviais. Tal postura revela, além de coerência com o que ensinamos em classe.
Compromisso com um paradigma de planejamento alicerçado na idéia de sustentabilidade ambiental e a consciência da finitude dos recursos naturais, da água em especial. Questões de conforto ambiental também tiveram um papel preponderante. Adoção de brises na fachada isolada, ventilação cruzada, cobertura termo-acústica com pintura reflexiva, revestimentos de baixa absorção energética foram pensados de forma a evitar o máximo possível os caros recursos artificiais de acondicionamento de ar. O próprio partido arquitetônico atenua uma inevitável fachada cega castigada pela insolação. Uma arquitetura discreta que não se impõe no contexto local, a ser complementada com adequado tratamento paisagístico já que a vegetação age ela própria como termo-reguladora da temperatura.
Idealizado em tempo recorde para implantação em terreno doado pela prefeitura o projeto revela o duplo compromisso do curso de Edificações e do IFSP: difusão do conhecimento com responsabilidade social e ambiental. Esse é nosso propósito enquanto educadores e profissionais de projeto.